Todos nós temos um “interruptor”
que nos faz avançar ou ficar parados. Imagina esse interruptor como uma forma
de medir a nossa dor ou prazer.
Há uma semana falava com uma pessoa que me
dizia o quanto estava saturada do seu actual emprego, trabalha na área da
restauração e dizia-me que já contava pelas mãos o número de vezes que chegava
a casa e não chorava de desespero, disse-me que nem sempre foi assim, existiram
momentos em que gostava daquilo que fazia, disse-me até que sabia o que era o
sentimento de realização, porque ficava muito feliz quando os clientes
elogiavam a sua comida ou sentia que tinha deixado as pessoas com um sorriso na
cara, mas segundo ela há 3 anos que já não sentia essa vontade, há 3 anos que
sentia obrigação naquilo que fazia e chegava a casa completamente de rastos,
vazia e sem energia para estar com a família. Este cansaço e esgotamento já
estava a ter impacto na sua relação com o seu marido.
Após algumas perguntas disse-me
que ainda não saiu do local de trabalho, porque era impossível, não tinha forma
de se sustentar e não sabia o que fazer a seguir.
Quando ela me disse isso
lembrei-me de algo que me tinham dito há uns anos em que eu me queixava que não
conseguia manter o exercício físico e de verbalizar que o exercício físico não
era para mim, e mesmo sabendo que não podia comia desenfreadamente. Enquanto me
queixava a pessoa que eu tinha à minha frente disse-me: “ Não há problema ainda
não alteraste, porque ainda não sentiste dor suficiente.”
Parvo.
Não disse, mas pensei, claro que
senti dor suficiente se não, não estava aqui. Muito tempo depois é que percebi.
Nessa altura fugia dos espelhos e
de tudo o que me podia demonstrar que estava mais gordinha, contava histórias a
mim própria a dizer que como era Inverno era normal as pessoas engordarem um
bocadinho, sou muito boa a encontrar desculpas. Lembro-me que nem gostava de ir
às compras porque implicava ter que experimentar coisas e isso implicava olhar
ao espelho, por isso comprava sem experimentar, na maior parte das vezes roupa
larga, para não se ver as formas. Só que existiu um dia em que não pude fugir
tinha que comprar um vestido para um casamento e nesse momento tive que olhar
para o meu corpo no espelho, não podia mais olhar de lado, encolher a barriga
ou inventar mais desculpas estava ali. Senti tanta dor por ter chegado aquele
ponto e por me sentir tão mal com o meu corpo que as lágrimas começaram a cair
ali mesmo sem conseguir parar. Aquele foi o meu interruptor, não dava mais para
fingir e para amenizar a dor.
Isto acontece na nossa saúde, nas nossas
relações, nos nossos empregos, na nossa área financeira, todos nós temos um
interruptor e se ainda não mudamos um determinado comportamento é porque esse
interruptor ainda não tocou o número de vezes suficiente.
Podes fazer como eu fazia que era
esperar que o interruptor toque até virar sofrimento (e na altura eu não era
muito inteligente) ou perceber os sinais e começar com pequenas alterações.
Se achares que te posso ajudar
através do Coaching pede mais informações em ligiasantosilva@gmail.com ou
968410565.
Sê Inspiração,
Lígia Silva.
Coach e Talent Finder.