quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Ser completo ou ser bom?

Era uma vez uma menina muito doce e amável que vagueava pela floresta vestida com o seu capuz vermelho, quando chegou a casa da sua avó encontrou o lobo mau disfarçado da sua avó.
Esta é uma versão muito resumida de um dos contos dos irmãos Grimm: “ O Capuchinho vermelho”. Há uns meses li que cada um dos contos dos irmãos Grimm eram apenas metáforas para descrever determinadas fases das suas vidas.
Carl Jung foi um psiquiatra suíço que fundou a psicologia analítica, desenvolveu grandes conceitos como o inconsciente colectivo, arquétipos, sincronicidade, sombra, entre outros. Embora exercesse a sua profissão como médico e se considerasse um cientista, muito trabalho da sua vida foi desenvolvido em áreas que não eram tangíveis, sendo na altura chamado de ocultista. Hoje grande parte da obra deste senhor serve de base para a explicação do comportamento do ser humano e do colectivo.
“ Prefiro ser completo a ser bom.” Carl Jung
 
O nome sombra é apenas um dos nomes que damos a um lado nosso que não gostamos de evidenciar, que não gostamos que os outros vejam, este lado corresponde a um lado que está em constante mutação, pois tem como principal objectivo tornarmo-nos seres perfeitos à vista da sociedade, da nossa família, da nossa empresa ou do nosso grupo de amigos, mesmo por vezes deixando de sermos quem verdadeiramente somos.
Podes escolher apagar a sombra e ela apenas vai ganhar mais força, podes escolher fazer de conta que ela não existe e ela apenas vai ganhar mais força, podes até acreditar que a tens em controle e que sabes da sua existência e estás apenas a fugir do que é verdadeiramente importante.
Hoje em dia reconheço muitas vezes em mim a arrogância de que já sei como as coisas se processam e de que já sei determinados conceitos, afinal hoje tens toda a informação de que necessitas para teres o poder de escolher seres um ser humano melhor, mas como disse vivo na arrogância de que já sei o que é a sombra e de como se processa, já sei o que a projecção e como se processa, sei e por vezes passo apenas pelas coisas a saber, a integração acontece quando és colocado de frente com a tua sombra, não aquela que dizes a toda a gente que a tens, mas aquela que nem tu sabias que a tinhas, estava de tal forma dentro de ti que nem tu a conseguias ver de forma consciente, aquela que dói verdadeiramente admitir que a tens, aquela que não te deixa estar em paz, aquele que segrega ao teu ouvido que não és capaz, que está na hora de desistires.  
Quando ela se manifesta escolhes 1 de dois caminhos, continuar a ignorar porque não tens tempo agora para resolver essa questão (e ela apenas ganha maior intensidade) ou então escolhes enfrentar. Há quem diga que enfrentar a segunda é um ato de coragem, não sei se o é ou não, apenas sei que é algo necessário para encontrares paz, para te sentires completo, contudo depois de enfrentares ganhas uma plenitude diferente uma plenitude que te permite estar num silêncio profundo sem ganhares medo dos teus pensamentos, uma plenitude que te permite estar no pior dos sítios em paz, no melhor dos sítios em paz. Porque no final percebes o que tantas vezes leste e releste, o que tantas vezes te disseram, não interessa o local apenas interessa que estejas contigo. Se é preciso coragem ou não para enfrentares a tua sombra não sei, apenas sei que o ganho é muito superior. A tua sombra manifesta-se de várias formas:
·         A voz que te repete vezes sem conta que não és capaz, que não és suficientemente bom.
·         A voz que te repete que as coisas boas da vida não são para ti.
·         A voz que te repete que as coisas são boas de mais para serem verdade.
·         A procrastinação que trazes para a tua vida.
·         O não cumprires os objectivos diários que definiste para ti.
·         A agressividade que utilizas com as pessoas que tens à tua volta.
·         O não aproveitares as oportunidades que te aparecem.
·         O queixares-te constantemente de que só a ti é que as coisas não acontecem e quando a oportunidade chega fazes qualquer coisa que estraga essa oportunidade.
 
A plenitude não se atinge sendo uma boa pessoa, a plenitude atinge-se sendo-se humano. Enquanto fugirmos do lobo mau que nos espera disfarçado na nossa casa nunca vamos conseguir atingir a paz que todos nós procuramos.
Sê Inspiração,
Lígia Silva.
Coach, Marketer e Talent Finder.
ligiasantosilva@gmail.com

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

As almas gémeas dos tempos modernos.

Já acreditei em almas gémeas, verdade, fui uma das “poucas” mulheres que acreditou nesta verdade infundada de que para cada pessoa existe apenas uma e só uma pessoa, de que podes ou não encontrar essa pessoa nesta vida e de que quando encontras tudo flui e tudo é maravilhoso. Verdade que já acreditei nesta ideia.
Hoje acredito noutras verdades que provavelmente me servem mais, acredito que ao longo da nossa vida vão aparecendo pessoas que te vão ajudar a que tu cresças e evoluas, por vezes pelo prazer, na maior parte das vezes pela dor, essas pessoas se te amarem verdadeiramente vão dizer-te muitas vezes aquilo que tens a melhorar à forma delas, não à tua, essas pessoas se te amarem verdadeiramente vão por vezes magoar-te quando te dizem toda a verdade à forma delas não à tua. Essas pessoas se te amarem verdadeiramente vão fazer-te rir quando tiveste um dia de caca e vão ajudar-te a relativizar as coisas à forma delas não à tua. Essas pessoas se te amarem verdadeiramente vão dizer-te amo-te apenas quando querem e não quando queres. Essas pessoas se te amarem verdadeiramente vão dizer-te és capaz de mais, valoriza-te, avança à forma delas não à tua.
 
Por isso hoje acredito que existe uma alma gémea para cada momento da tua vida, mas que não é tudo maravilhoso, nem tudo flui, por vezes tens que mostrar ao universo o quanto verdadeiramente queres essa pessoa ao teu lado, quando não existe dinheiro, status ou os clichés habituais. Por vezes vais ter que provar a essa pessoa o quanto queres estar com ela, ao lado dela, não dizendo, mas demonstrando que independentemente do que aconteça, tu estás lá, não dando opiniões, ouvindo simplesmente, não impondo a tua verdade, mas aceitando a verdade da outra pessoa.
Ontem perguntavam-me afinal o que é o amor… como é que se explica este sentimento que liga as pessoas. Não te sei responder, mas sei senti-lo.
 
Sê Inspiração,
Ligia Silva.
Coach, Marketer e Talent Finder.