terça-feira, 28 de outubro de 2014

Quando a dor vira sofrimento.

Todos nós temos um “interruptor” que nos faz avançar ou ficar parados. Imagina esse interruptor como uma forma de medir a nossa dor ou prazer.
 Há uma semana falava com uma pessoa que me dizia o quanto estava saturada do seu actual emprego, trabalha na área da restauração e dizia-me que já contava pelas mãos o número de vezes que chegava a casa e não chorava de desespero, disse-me que nem sempre foi assim, existiram momentos em que gostava daquilo que fazia, disse-me até que sabia o que era o sentimento de realização, porque ficava muito feliz quando os clientes elogiavam a sua comida ou sentia que tinha deixado as pessoas com um sorriso na cara, mas segundo ela há 3 anos que já não sentia essa vontade, há 3 anos que sentia obrigação naquilo que fazia e chegava a casa completamente de rastos, vazia e sem energia para estar com a família. Este cansaço e esgotamento já estava a ter impacto na sua relação com o seu marido.
Após algumas perguntas disse-me que ainda não saiu do local de trabalho, porque era impossível, não tinha forma de se sustentar e não sabia o que fazer a seguir.
Quando ela me disse isso lembrei-me de algo que me tinham dito há uns anos em que eu me queixava que não conseguia manter o exercício físico e de verbalizar que o exercício físico não era para mim, e mesmo sabendo que não podia comia desenfreadamente. Enquanto me queixava a pessoa que eu tinha à minha frente disse-me: “ Não há problema ainda não alteraste, porque ainda não sentiste dor suficiente.”
Parvo.
Não disse, mas pensei, claro que senti dor suficiente se não, não estava aqui. Muito tempo depois é que percebi.
Nessa altura fugia dos espelhos e de tudo o que me podia demonstrar que estava mais gordinha, contava histórias a mim própria a dizer que como era Inverno era normal as pessoas engordarem um bocadinho, sou muito boa a encontrar desculpas. Lembro-me que nem gostava de ir às compras porque implicava ter que experimentar coisas e isso implicava olhar ao espelho, por isso comprava sem experimentar, na maior parte das vezes roupa larga, para não se ver as formas. Só que existiu um dia em que não pude fugir tinha que comprar um vestido para um casamento e nesse momento tive que olhar para o meu corpo no espelho, não podia mais olhar de lado, encolher a barriga ou inventar mais desculpas estava ali. Senti tanta dor por ter chegado aquele ponto e por me sentir tão mal com o meu corpo que as lágrimas começaram a cair ali mesmo sem conseguir parar. Aquele foi o meu interruptor, não dava mais para fingir e para amenizar a dor.
 Isto acontece na nossa saúde, nas nossas relações, nos nossos empregos, na nossa área financeira, todos nós temos um interruptor e se ainda não mudamos um determinado comportamento é porque esse interruptor ainda não tocou o número de vezes suficiente.
Podes fazer como eu fazia que era esperar que o interruptor toque até virar sofrimento (e na altura eu não era muito inteligente) ou perceber os sinais e começar com pequenas alterações.
Se achares que te posso ajudar através do Coaching pede mais informações em ligiasantosilva@gmail.com ou 968410565.
Sê Inspiração,
Lígia Silva.
Coach e Talent Finder.

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