Há 2 anos atrás conheci uma mulher
maravilhosa, casada, com três filhos, directora do departamento de uma grande
empresa: “ Tenho uma vida maravilhosa, tenho 3 filhos que adoro, o meu marido
ama-me, ganho extremamente bem, mas chego ao final do dia completamente vazia e
já há alguns anos que sinto que nada me preenche!”
Por vezes acreditamos que uma das
formas de nos sentirmos mais preenchidos ou mais felizes reside no nosso poder
de compra, no status que temos junto da nossa família ou comunidade, do título
que temos na empresa onde trabalhamos, ou da relação ideal que ambicionamos.
Existem vários autores que falam de
talento, elemento, dom, missão de vida, propósito de vida, entre outros, mas no
fundo cada uma destas designações tem apenas como intuito responder à simples
questão: “ O que gosto realmente de fazer?”, “ O que me preenche?”.
Se fizer essa pergunta a si próprio
ou a alguém que esteja ao seu lado verá que mais facilmente responde o que não
gosta de fazer, é natural tendo em conta que a sociedade em que vivemos não
está moldada, até ao momento, para cada um de nós fazer aquilo que realmente o
preenche.
Para conseguirmos responder a esta
questão é necessário termos em atenção os seguintes pressupostos:
1.
Questione: a maior parte
de nós nunca se permitiu responder a questões tais como: “ qual é o meu talento
ou dom?”, “Em que é eu me diferencio?”. Por isso antes de continuar a ler este
artigo lembre-se que existem várias pessoas a fazerem aquilo que gostam e que
você não é diferente delas. Matt Groening era um bom aluno, tinha boas notas,
mas sentia-se extremamente aborrecido na escola. Para o tempo passar mais
rapidamente Matt começou a desenhar em bocados de papel do seu caderno, passado
algum tempo tornou-se extremamente bom naquilo que fazia e era na aula de
educação visual que Matt sentia que o tempo parava e que se sentia
verdadeiramente preenchido, os desenhos começaram a tornar-se um ritual e num
determinado momento Matt criou um desenho completamente diferente do que
existia… Foi aí que teve início uma das sérias de televisão mai conhecida em
todo o mundo, Os Simpsons.
2. Factor X: durante quase
toda a minha vida acreditei que não tinha nada de especial, nada que me
tornasse única, acreditava que apenas os actores, cantores, desportistas ou
artistas é que tinha um dom ou um talento. A verdade é que todos nós temos algo
para o qual nascemos, independentemente da nossa idade, classe social, estado
físico ou sexo. Ewa Laurance apenas com 10 anos entrou pela primeira vez numa
sala de bilhar e desde essa altura ficou completamente apaixonada pelo espaço,
pelas cores e pelos sons. Iniciou-se no bilhar e nunca mais parou, aos 17 anos
ganhou o primeiro Campeonato Europeu Feminino, actualmente Ewa é a jogadora de
bilhar mais famosa do planeta.
2.
Nunca é tarde: se
está a ler este artigo e tem 18 anos, excelente esta é uma boa altura para
descobrir o que o preenche, se está a ler este artigo e tem 78 anos, excelente
este é uma boa altura para descobrir o que o preenche. Susana Jeffers estava na
faculdade a tirar o curso de jornalismo, quando conheceu o seu marido,
decidiram casar e criar uma família, nessa altura Susana, decidiu abandonar o
seu curso. Durante o período em que fica em casa a cuidar da família, Susana
sentiu-se totalmente vazia e com pena de ela própria, sem propósito para viver,
aos 40 anos decide voltar a estudar, inicia assim um percurso de auto
descoberta em que percebe que o que a proibiu de viver a vida que realmente
merecia viver era o medo. Hoje Susana é facilitadora de Workshops em que ajuda
as pessoas a ultrapassarem os seus medos e é autora do livro: “Apesar do medo”.
Cada
um de nós tem a capacidade de ser como o Matt, a Ewa ou a Susana, pois cada um
deles apenas esteve atento às pistas, isto é, cada um deles esteve focado em
responder à grande pergunta: “ O que me preenche?”. Há 5 anos que trabalho na
área do desenvolvimento humano e das várias pessoas que já ajudei existe um
rasto comum a todos. Hoje deixo-lhe aqui algumas pistas para que o possa ajudar
a conseguir responder à questão. “ O que me preenche?”.
Pista 1: Quando
estamos a fazer algo que nos preenche o tempo para, esquecemo-nos de comer, de
dormir, estamos simplesmente no momento. Lembre-se da última vez em que esteve
a fazer algo e estava completamente no momento. O que estava a fazer na altura?
Pista 2: As
pessoas que fazem aquilo que as preenche são pessoas que quando falam disso
transmitem energia e entusiamo, os seus olhos brilham e falam apaixonadamente
de algo. Lembre-se da última vez em que estava a falar de algo e os seus olhos
brilhavam e sentia-se entusiasmada. Do que estava a falar na altura?
Pista 3: Se
não existisse o factor dinheiro, marido, filhos, etc. o que estaria a fazer
daqui por um ano ou cinco anos? Se não existisse qualquer condicionamento o que
estaria a fazer, a experienciar, a sentir, a dizer? Estava com quem ? E estava
aonde?
Lembre-se cada um de nós tem o seu
Factor X e a chave para o descobrir está em si e para isso apenas tem que
activar algo em si que é extramente importante, chama-se coragem e é uma peça
fundamental para descobrir aquilo que o preenche, coragem para questionar,
coragem para ser diferente, coragem para ser quem vocês verdadeiramente é.
Sê Inspiração,
Lígia Silva.
Coach, Marketer e Talent Finder.
ligiasantosilva@gmail.com
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