domingo, 6 de abril de 2014

O que me preenche?


Há 2 anos atrás conheci uma mulher maravilhosa, casada, com três filhos, directora do departamento de uma grande empresa: “ Tenho uma vida maravilhosa, tenho 3 filhos que adoro, o meu marido ama-me, ganho extremamente bem, mas chego ao final do dia completamente vazia e já há alguns anos que sinto que nada me preenche!”

Por vezes acreditamos que uma das formas de nos sentirmos mais preenchidos ou mais felizes reside no nosso poder de compra, no status que temos junto da nossa família ou comunidade, do título que temos na empresa onde trabalhamos, ou da relação ideal que ambicionamos.
Existem vários autores que falam de talento, elemento, dom, missão de vida, propósito de vida, entre outros, mas no fundo cada uma destas designações tem apenas como intuito responder à simples questão: “ O que gosto realmente de fazer?”, “ O que me preenche?”.
Se fizer essa pergunta a si próprio ou a alguém que esteja ao seu lado verá que mais facilmente responde o que não gosta de fazer, é natural tendo em conta que a sociedade em que vivemos não está moldada, até ao momento, para cada um de nós fazer aquilo que realmente o preenche.

Para conseguirmos responder a esta questão é necessário termos em atenção os seguintes pressupostos:


1.       Questione: a maior parte de nós nunca se permitiu responder a questões tais como: “ qual é o meu talento ou dom?”, “Em que é eu me diferencio?”. Por isso antes de continuar a ler este artigo lembre-se que existem várias pessoas a fazerem aquilo que gostam e que você não é diferente delas. Matt Groening era um bom aluno, tinha boas notas, mas sentia-se extremamente aborrecido na escola. Para o tempo passar mais rapidamente Matt começou a desenhar em bocados de papel do seu caderno, passado algum tempo tornou-se extremamente bom naquilo que fazia e era na aula de educação visual que Matt sentia que o tempo parava e que se sentia verdadeiramente preenchido, os desenhos começaram a tornar-se um ritual e num determinado momento Matt criou um desenho completamente diferente do que existia… Foi aí que teve início uma das sérias de televisão mai conhecida em todo o mundo, Os Simpsons.


2. Factor X: durante quase toda a minha vida acreditei que não tinha nada de especial, nada que me tornasse única, acreditava que apenas os actores, cantores, desportistas ou artistas é que tinha um dom ou um talento. A verdade é que todos nós temos algo para o qual nascemos, independentemente da nossa idade, classe social, estado físico ou sexo. Ewa Laurance apenas com 10 anos entrou pela primeira vez numa sala de bilhar e desde essa altura ficou completamente apaixonada pelo espaço, pelas cores e pelos sons. Iniciou-se no bilhar e nunca mais parou, aos 17 anos ganhou o primeiro Campeonato Europeu Feminino, actualmente Ewa é a jogadora de bilhar mais famosa do planeta.


2.       Nunca é tarde: se está a ler este artigo e tem 18 anos, excelente esta é uma boa altura para descobrir o que o preenche, se está a ler este artigo e tem 78 anos, excelente este é uma boa altura para descobrir o que o preenche. Susana Jeffers estava na faculdade a tirar o curso de jornalismo, quando conheceu o seu marido, decidiram casar e criar uma família, nessa altura Susana, decidiu abandonar o seu curso. Durante o período em que fica em casa a cuidar da família, Susana sentiu-se totalmente vazia e com pena de ela própria, sem propósito para viver, aos 40 anos decide voltar a estudar, inicia assim um percurso de auto descoberta em que percebe que o que a proibiu de viver a vida que realmente merecia viver era o medo. Hoje Susana é facilitadora de Workshops em que ajuda as pessoas a ultrapassarem os seus medos e é autora do livro: “Apesar do medo”.



Cada um de nós tem a capacidade de ser como o Matt, a Ewa ou a Susana, pois cada um deles apenas esteve atento às pistas, isto é, cada um deles esteve focado em responder à grande pergunta: “ O que me preenche?”. Há 5 anos que trabalho na área do desenvolvimento humano e das várias pessoas que já ajudei existe um rasto comum a todos. Hoje deixo-lhe aqui algumas pistas para que o possa ajudar a conseguir responder à questão. “ O que me preenche?”.

Pista 1: Quando estamos a fazer algo que nos preenche o tempo para, esquecemo-nos de comer, de dormir, estamos simplesmente no momento. Lembre-se da última vez em que esteve a fazer algo e estava completamente no momento. O que estava a fazer na altura?

Pista 2: As pessoas que fazem aquilo que as preenche são pessoas que quando falam disso transmitem energia e entusiamo, os seus olhos brilham e falam apaixonadamente de algo. Lembre-se da última vez em que estava a falar de algo e os seus olhos brilhavam e sentia-se entusiasmada. Do que estava a falar na altura?

Pista 3: Se não existisse o factor dinheiro, marido, filhos, etc. o que estaria a fazer daqui por um ano ou cinco anos? Se não existisse qualquer condicionamento o que estaria a fazer, a experienciar, a sentir, a dizer? Estava com quem ? E estava aonde?




Lembre-se cada um de nós tem o seu Factor X e a chave para o descobrir está em si e para isso apenas tem que activar algo em si que é extramente importante, chama-se coragem e é uma peça fundamental para descobrir aquilo que o preenche, coragem para questionar, coragem para ser diferente, coragem para ser quem vocês verdadeiramente é.



Sê Inspiração,

Lígia Silva.

Coach, Marketer e Talent Finder. 
ligiasantosilva@gmail.com

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