Encontrei ontem um senhor já com
mais de 70 anos sentado na rua a pedir, não tinha dentes e estava todo sujo,
perguntou-me: “ Pode ajudar-me?” tinha um ar meigo e um sorriso engraçado, como
se não percebesse que estava na rua a pedir dinheiro. Quando o vi pensei no meu
avô e senti automaticamente compaixão pela pessoa que tinha à minha frente. Não
te vou mentir faço parte de um grupo de pessoas que tenta não perceber que
existem pessoas a viverem na rua, acho que é uma forma de resguardar o coração
ou então simplesmente é cobardia para não enfrentar essa situação.
Baixei-me para estar ao nível
dele e perguntei: “ Em que o posso ajudar.” E sorri como se estivesse novamente
a ver o meu avô e pensei o que poderia ter acontecido de tão mão para esta pessoa
estar aqui na rua a pedir, com esta idade.
“ A menina é simpática, não é
como aqueles que andam de fato e saia e que fazerem de conta que não têm um
velho à sua frente a pedir-lhe ajuda.” Pensei para mim, acho que pertenço a
esse grupo e só hoje escolhi ver verdadeiramente.
Pediu dinheiro, dei. Em tempos
não dava dizem (não sei bem quem) que não se deve dar porque alimenta vícios..
todos nós os temos. Falei com ele e percebi o porquê de estar ali.
Por vezes ando tão envolvida na
minha vida de roda dos ratos que me espeço de caminhar na realidade, não na
realidade do pobrezinho, mas na realidade de ouvir e de estar presente para
pessoas que não conheço. Admiro as pessoas que estão presentes para os outros e
que ajuda a senhora do café a sorrir, ajuda a velhinha atravessar a rua, ajuda
o vizinho que está enrascado, apenas porque querem ajudar. Admiro estas pessoas
ajudam-me a tornar-me mais humildade e mais autentica.
Obrigada ao senhor que ontem me
disse: “ Pode ajudar-me!” pois ele ajudou-me a estar mais presente.
Sê Inspiração,
Lígia Silva.
Coach, Marketer e Talent Finder.
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