terça-feira, 17 de junho de 2014

O que uma pessoa que está na rua te pode ensinar

Encontrei ontem um senhor já com mais de 70 anos sentado na rua a pedir, não tinha dentes e estava todo sujo, perguntou-me: “ Pode ajudar-me?” tinha um ar meigo e um sorriso engraçado, como se não percebesse que estava na rua a pedir dinheiro. Quando o vi pensei no meu avô e senti automaticamente compaixão pela pessoa que tinha à minha frente. Não te vou mentir faço parte de um grupo de pessoas que tenta não perceber que existem pessoas a viverem na rua, acho que é uma forma de resguardar o coração ou então simplesmente é cobardia para não enfrentar essa situação.



Baixei-me para estar ao nível dele e perguntei: “ Em que o posso ajudar.” E sorri como se estivesse novamente a ver o meu avô e pensei o que poderia ter acontecido de tão mão para esta pessoa estar aqui na rua a pedir, com esta idade.

“ A menina é simpática, não é como aqueles que andam de fato e saia e que fazerem de conta que não têm um velho à sua frente a pedir-lhe ajuda.” Pensei para mim, acho que pertenço a esse grupo e só hoje escolhi ver verdadeiramente.

Pediu dinheiro, dei. Em tempos não dava dizem (não sei bem quem) que não se deve dar porque alimenta vícios.. todos nós os temos. Falei com ele e percebi o porquê de estar ali.

Por vezes ando tão envolvida na minha vida de roda dos ratos que me espeço de caminhar na realidade, não na realidade do pobrezinho, mas na realidade de ouvir e de estar presente para pessoas que não conheço. Admiro as pessoas que estão presentes para os outros e que ajuda a senhora do café a sorrir, ajuda a velhinha atravessar a rua, ajuda o vizinho que está enrascado, apenas porque querem ajudar. Admiro estas pessoas ajudam-me a tornar-me mais humildade e mais autentica.

Obrigada ao senhor que ontem me disse: “ Pode ajudar-me!” pois ele ajudou-me a estar mais presente.

Sê Inspiração,
Lígia Silva.
Coach, Marketer e Talent Finder.

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