segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

As confissões de uma Coach.

Lembro-me de como antes passava pela vida, passava tanto pela vida que comprava livros que tinham títulos fantásticos como: “ Transforme a sua vida em 7 ou em 22 ou em 3 dias” ou “ seja feliz em 30 dias”, sonhava com as vidas maravilhosas da pessoa que escrevia esse livro (que assim o pareciam) e toda a verdade passava mais tempo a sonhar com elas do que propriamente a viver a vida. Os livros eram e são fantásticos, continuo a comprar livros, eu é que apenas os lia, lembro-me de um que tinha uns exercícios práticos, tinha tanta sede de conhecimento que aquilo que fiz foi avançar a parte dos exercícios práticos e disse para mim própria, quando terminar volto para os fazer (na verdade nunca aconteceu J). Lembro-me ainda daquela euforia quando acabava de ler um livro em que desenhava o plano perfeito e que dizia: “ Agora é que vai ser.” O plano perfeito durava apenas 4 ou 5 dias, depois o entusiasmo passava e coisas mais “importantes” passavam à frente do plano perfeito. Nessa altura passava apenas pela vida, sem pouco implementar, mas falava muito do que lia, mas mais um vez sem pouco implementar. Os livros até podiam funcionar eu é que nem lhes dava tempo.
 
 
Um dia disseram-me que a essência de uma pessoa se vê na forma como ela reage nos momentos de maior dor, concordo a 100% porque foi em alguns desses momentos que vi o meu melhor e também o meu pior, não sou boa pessoa, nem o quero ser, não me revejo no rótulo da pessoa ZEN ou pessoa altruísta, não aceito por vezes cada obstáculo como um momento de gratidão profunda, por vezes questiono a perfeição do universo e por vezes questiono se o caminho que percorro vale mesmo a pena, não costumo colocar Namasté no final de cada frase que digo e não ando de branco, não tenho o ar angelical de que está tudo bem e tudo passa, ainda não me iluminei… (também não sei se quero J). Porque adoro rir, adoro dizer piadas quando o assunto é sério, adoro quando no final de cada sessão me dizem: “também sentes isso” ou que me digam “ tu percebes-me” e passei adorar viver a vida e acima de tudo dar oportunidade a mim própria de experimentar as coisas de forma consistente, ainda antes de dizer: “ Isto comigo não funciona.” Passei a experimentar os pequenos planos perfeitos adaptados à minha vida, à minha realidade, com as minhas alterações e acima de tudo com a minha consistência, mas acima de tudo comecei a trazer mais para a minha vida, apenas aquilo que me faz sentir bem.
Acredito que esta é a melhor forma de ajudares alguém é aplicando apenas naquilo que tu sabes que já funcionou contigo, não posso ajudar ninguém a ser rico ou milionário (nop lamento), porque ainda não me transformei nesse sentido, não posso ajudar ninguém a ser um ser ainda mais espiritual e iluminado (nop lamento), porque ainda não me iluminei, apenas posso ajudar alguém a recuperar a sua confiança e o seu acreditar em si próprio, apenas posso ajudar alguém a olhar para o seu corpo e apaixonar-se por este, apenas posso ajudar alguém a descobrir o que o preenche e a fazer acontecer, apenas posso ajudar alguém a ter um relacionamento com mais união e com mais verdade e o menos perfeito possível, apenas posso ajudar alguém atingir coisas que nunca imaginou, apenas posso ajudar alguém a descobrir os seus mecanismos de auto-sabotagem  e a ultrapassá-los, apenas posso ajudar alguém a descobrir o que o apaixona e a transformar isso numa carreira, apenas posso ajudar alguém a ser a cada dia que passa mais verdadeiro, mais autêntico e acima de tudo mais vulnerável.
E por hoje é isto… um rasgo de verdade e de amor para comigo e para com a pessoa em que me tornei J
 
Sê Inspiração,
Lígia Silva
Coach e Talent Finder.

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